16.3.13

Inicio do Curso de História - "A História da Estácio"


Este ano retomo minha vida acadêmica como estudante do Curso de Bacharelado em História da Universidade Estácio de Sá, ou simplesmente Estácio.


Como já é de se esperar, minhas expectativas são altas em relação ao curso, e em minha eterna curiosidade não poderia deixar de dar uma olhada na história da própria faculdade. No site da própria Estácio existe uma página dedicada a história da faculdade cujo conteúdo segue abaixo. Mas preferi ir um pouco além do conteúdo apresentado lá (que é bem simples) e para minha enorme decepção quase nada foi registrado ou escrito na REDE sobre a história da faculdade, incluindo fotos dos antigos prédios (na década de 70 até hoje), fica aqui então oque eu pude separar de mais interessante sobre a faculdade!.



Espero que os curiosos como eu gostem!



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SOBRE A ESTÁCIO


Como parte importante da história da educação no Brasil, a Estácio tem como foco promover a formação e ascensão profissional dos alunos através de uma educação de qualidade, contribuindo para o desenvolvimento sustentável das comunidades onde atuamos.
A Estácio é uma das melhores instituições de ensino superior do Brasil, com mais de 270 mil alunos, presente em todas as regiões do país e com mais de 40 anos de atuação. O grupo educacional tem hoje Universidades, Centros Universitários e Faculdades, distribuídos em 19 estados.
A Estácio oferece cursos de graduação (bacharelado e licenciatura), graduação tecnológica e pós-graduação, nas modalidades, presencial, a distância e a distância semi-presencial.

          • Cursos com foco no mercado de trabalho;
          • Infraestrutura moderna e recursos tecnológicos de ponta;
          • Programas alinhados com instituições internacionais;
          • Currículos integrados nacionalmente;
          • Intercâmbio de alunos e professores entre as diversas unidades em todas as regiões 
            do país.



LINHA DO TEMPO

1970
Nasce a Faculdade de Direito Estácio de Sá, em uma pequena casa na zona norte do Rio de Janeiro. Seu fundador, o magistrado João Uchôa Cavalcanti Netto, cria um projeto pedagógico inovador, conseguindo, em pouco tempo, que o curso se torne um modelo de ensino na área de Direito no Brasil.
1972
A Faculdade de Direito Estácio de Sá transforma-se em Faculdades Integradas Estácio de Sá, incorporando novos cursos de ensino superior.
1988
A Estácio conquista o status de Universidade e começa a crescer no município do Rio de Janeiro.
1996
A instituição ultrapassa os limites municipais, com a criação das unidades de Resende, Niterói e Nova Friburgo, no estado do Rio de Janeiro.
1997
Lançamento da graduação tecnológica, com cursos focados em nichos específicos do mercado.
1998
Início da expansão nacional, com a criação do primeiro Conselho de Integração Social, órgão criado para estreitar as relações do grupo com a sociedade civil, e implantação da primeira faculdade privada de medicina do Nordeste.
1999
Abertura do capital na Bolsa de Valores.
2008
Os sócios-fundadores associam-se à GP Investments na gestão da Estácio.

   
     2009      A Estácio começa a oferecer cursos na modalidade de Ensino a Distância (EAD).

2010      O Material Didático gratuito chega a todo Brasil.

2011      A Estácio inova mais uma vez e o Material Didático passa a ser distribuído em  
              um tablet, sem custos. O projeto inicia com os novos alunos de Direito do RJ e é 
              expandido no ano seguinte. 

*          *          *
Bem... fazendo uma pesquisa rápida sobre a história da Estácio, descubro que o mais polêmico de todos os elementos que constituem a história da Universidade é seu fundador, o Sr. João Uchôa, que para dizer o mínimo, é um homem polêmico e cheio de contradições sérias.
Em entrevista a Folha Dirigida (gostaria de ressaltar que em pesquisa no site do Jornal não encontrei a matéria) e replicada em vários site pela rede, o polêmico Uchôa afirma que "pesquisa é uma inutilidade pomposa".

Essa afirmação danosa não só vai contra a própria proposta de ensino, base da formação de qualquer instituição voltada para o mesmo, como é insultante (na minha opinião) para todos os pesquisadores de qualquer área de conhecimento que contribuem diretamente com sua "inutilidade" para desenvolvimento social, cultural e científico da humanidade. 
Importante lembrar que devemos ler toda a matéria antes de julgar o Sr. Uchôa unicamente por esse frase infeliz. (Além da polêmica entrevista não vou levar em conta o histórico de insatisfação e débito da instituição para com funcionários descontentes ao longo de sua história, pois esse assunto é ainda mais polêmico e foge muito da proposta desta postagem, mas merece aqui ser lembrado).

Considero no mínimo "peculiar" esse depoimento e acredito que se pararmos fara fazer uma reflexão sobre o assunto veremos que a instituição Estácio de Sá passou a caminhar numa "estrada diferente" da de seu fundador original, oferecendo cursos de formação e pós-graduação onde a pesquisa é justamente a ferramenta que permite e valida tais trabalhos.

O texto na integra segue abaixo.

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João Uchôa: "pesquisa é uma inutilidade pomposa"

João Uchôa Cavalcanti 1933-2012

Fundador da Universidade Estácio de Sá, João Uchôa Cavalcanti Netto aborda com franqueza temas polêmicos e diz que a ignorância pode ser uma opção que tem de ser respeitada.

Os conceitos sobre educação do fundador da universidade que mais cresceu no país nas últimas três décadas são, no mínimo, polêmicos. Juiz de formação e discípulo do banqueiro Amador Aguiar, de quem foi office boy e "pajem", João Uchôa Cavalcanti Netto, 68 anos, acha que a ignorância é um opção que deve ser respeitada e que a pesquisa é uma "inutilidade pomposa". Entretanto, está à frente de uma universidade que tem 90 mil alunos e 30 unidades espalhadas pelo país, número que, em março de 2002, estará defasado, se o projeto de implantação de uma filial da Estácio de Sá além das fronteiras brasileiras obtiver êxito.

Quem tem formação apurada não chega ao topo do comando de sua universidade, uma gigante do ensino fundada em 1970 com 160 alunos de Direito e que, hoje, abriga uma comunidade de cerca de 150 mil pessoas, entre alunos, funcionários e professores. "Na cúpula da Estácio, quem tem mestrado e doutorado não entra. Isso é uma regra". E esta é apenas uma das muitas tiradas de impacto de Uchôa, um empresário que atribui o êxito à sorte e que, sem rodeios, admite seu desinteresse pela educação, pela cidadania e pelo Brasil. "Eu estou interessado é na Estácio".




FOLHA DIRIGIDA: O MEC inaugurou sistemas de avaliação nos dois últimos governos que têm dado uma nova diretriz, novas referências para o ensino superior. Qual o impacto do Provão sobre as universidades?

JOÃO UCHÔA: Eu acho que o Provão é uma avaliação que precisava ser feita. Alguém precisava avaliar. Eles escolheram o Provão. É o melhor critério? Se não for, com o tempo vai ser aperfeiçoado. Agora, que não existia critério nenhum de aferição, não existia, e agora existe, o que é muito bom. A melhor coisa que o setor privado pode querer é ser sempre avaliado pelo setor público, pois quando o MEC avalia o nosso trabalho, ele está nos prestando um serviço, que é o de fiscalização. Eu preciso de um fiscal, o MEC é de graça, e ele está fiscalizando para mim. É o melhor critério? Não, deve haver 10 mil critérios melhores e 20 mil piores. Mas é um critério e, para quem não tinha nenhum, é um passo. É muito comum a gente ser negativo e destrutivo. Onde não existia nada e passa a existir alguma coisa é melhor do que quando não existia nada. Sobretudo quando a gente gostaria de ser fiscalizado, como é o nosso caso.

FOLHA DIRIGIDA: Qual o principal problema enfrentado hoje pelas instituições privadas de ensino?
JOÃO UCHÔA: Eu acho que o problema é o de qualquer ramo da atividade privada, que é melhorar a qualidade do produto, ser cada vez melhor. O que eu acho que está havendo mesmo é que, num mundo que está todo ele em transformação, o ensino também está em transformação, mesmo que a gente não queira e não saiba para onde ele está se transformando. Mas esta é a dificuldade normal de quem faz alguma coisa. Quem faz alguma coisa tem que encontrar alguma dificuldade e nós encontramos a dificuldade da natureza. Eu diria que são dificuldades da natureza. Nós precisamos melhorar o ensino, que é o nosso produto, e adequá-lo a um mundo que muda todo dia. Como fica difícil todo dia ter uma coisa adequada, esta é a dificuldade do ensino.

FOLHA DIRIGIDA: E como a Estácio tem feito para se ajustar ao ritmo imposto pela novas tecnologias?
JOÃO UCHÔA: Trabalhando 24 horas por dia. Trabalhando sábado, domingo, todo mundo trabalhando intensamente. A hora que você chegar vai estar todo mundo trabalhando. É a única coisa que a gente podia fazer: prestar atenção e trabalhar. É o que a gente tem feito.

FOLHA DIRIGIDA: Em qual dimensão as novas tecnologias têm auxiliado a Estácio no desenvolvimento de seu trabalho?
JOÃO UCHÔA: Eu não tenho computador, eu não tenho telefone celular, eu não tenho aparelho de som sofisticado, eu não tenho fax. Eu não tenho nada disso porque não gosto, mas a Estácio tem. Aqui dentro da minha sala eu não gosto, não uso e não acho necessário.

FOLHA DIRIGIDA: A tecnologia não faz falta no desenvolvimento do seu trabalho à frente de uma grande universidade?
JOÃO UCHÔA: Eu não só acho que não faz falta. Eu acho que atrapalha. Eu acho que é muito ruim. Eu acho que quando eu era moço a dificuldade era colher informação. A gente não tinha muito onde se informar. Hoje, que eu estou ficando velho, a dificuldade é eliminar informação. Há uns caras aí com computador que têm um bilhão de informações para ele, só que ele não precisa. Quando vem a informação que ele precisa mesmo, não tem mais espaço na cabeça dele. Está tudo lotado. Então eu acho que não precisa disso. É claro, eu preciso de um computador para cadastrar gente, e isso eu tenho. Aliás, eu acho que a Estácio, no Rio de Janeiro, é a instituição de ensino que tem os mais sofisticados equipamentos. Acho que nenhuma faculdade é igual à nossa em sofisticação. Eu acho que para execução, para operação, essa tecnologia é importante, até para o ensino. Para o uso diário, para a administração superior, eu acho que é daninho, é ruim. Quando eu vou conversar com outro empresário e ele abre um laptop, eu já acho que ele é de segundo time.

FOLHA DIRIGIDA: O desempenho do Brasil é muito baixo nos indicadores educacionais e ainda há um volume preocupante de analfabetos. O que pode ser feito para mudar esse quadro?
JOÃO UCHÔA: O analfabetismo não é um problema com o qual eu lide. Por exemplo, eu acho que se o Brasil amanhã começar a ter muita gente fazendo mestrado, doutorado, pós-doutorado, MBA, eu acho que vai ser muito. Acho que é péssimo para o país e para as pessoas. É um mito que todo mundo precise estudar. Isto não é verdade. A pessoa pode ser analfabeta e ser uma pessoa muito expressiva, muito inteligente, muito bem sucedida. E pode ser um pós-graduado e ser uma besta completa. Eu não acho que seja necessário esse estudo todo.

FOLHA DIRIGIDA: A educação não faz falta?
JOÃO UCHÔA: A educação mínima ofertada faz falta, mas não para todos. Eu trabalhei com o Amador Aguiar, que fez o Bradesco e não tinha o segundo grau. Para ele não fez falta.

FOLHA DIRIGIDA: Não são exceções?
JOÃO UCHÔA: Mas exceção existe, também conta. E se ele tivesse o segundo grau? Talvez não fizesse o Bradesco, fosse advogado do Bradesco. Eu acho que essa questão de educação é muito exagerada. Teve um menino em São Paulo, estudante de Medicina, que pegou uma metralhadora e metralhou todo mundo num cinema. Aí foram interrogar o pessoal na rua, vira uma senhora e diz “enquanto não houver educação no Brasil...” O cara fazia Medicina. Eu acho que já é um jargão. Educação, saúde, transporte... Há frases que as pessoas ficam falando e não sabem por quê. Se você chega no Nordeste, em certas regiões, tem um menino trabalhando com 12 anos, e minha origem é de lá, aí vem o cara com a educação e diz que ele tem que ir para o colégio. Não tem que ir para o colégio não. Ele pode não ir para o colégio e estar muito bem.

FOLHA DIRIGIDA: O analfabeto é analafabeto porque quer?
JOÃO UCHÔA: Não, não é analfabeto porque quer, como às vezes, a gente também não é advogado porque quer. Como é o meu caso, eu não me formei advogado porque quis, eu arranjei emprego no Fórum e acabei indo para Direito. Mas, se em vez do Fórum, fosse para o Ministério da Marinha, talvez hoje eu fosse um oficial da Marinha. Esse livre-arbítrio é muito relativo. E acho que o cara não é ignorante porque quer, mas quem disse que ele quer ser culto? Ele pode não querer ser culto e a gente vai lá e quer obrigar que ele seja culto. E se ele não quiser? Nós temos que impor, porque ele tem que querer. Onde já se viu não querer estudar? Mas o cara tem direito de não querer estudar. Eu tenho quatro filhos e só um que se formou, três não se formaram, não senti nada, não aconselhei nenhum a estudar. Se nenhum quisesse estudar, para mim também era muito bom. O cara está aí para levar a vida que ele gosta, para ser feliz do jeito que ele gosta, a realidade da vida não é estudar. Estudar é uma opção, quem quiser faz, quem não quiser não faz e não fica pior porque não fez.

FOLHA DIRIGIDA: As pesquisas de desenvolvimento também revelam que muitas doenças letais estão associadas à falta de educação.
JOÃO UCHÔA: O que eu conheço de escravo com 120 anos, a maioria é tudo ex-escravo, 120 anos. Outro dia no Peru tinha um com 156 anos, um índio peruano. Agora, o que tem de empresário morrendo aos 40 anos de enfarte... É uma mentira. Essa pesquisa é mentira. Quem o enfarte mata? Cara bem-sucedido. Não acho que dá mais doença no pobre do que no rico, nem acho que o rico se trate melhor do que o pobre, porque eu acho a Medicina tão ruim hoje, que o rico não leva vantagem nenhuma. Cada um tem sua cabeça e eu estou sendo franco dizendo a você o que eu penso.

FOLHA DIRIGIDA: Em 30 anos a Estácio passou de 166 alunos para 90 mil e, hoje, é uma das universidades que mais crescem. Qual é a receita deste sucesso?
JOÃO UCHÔA: Eu acho que a gente trabalha muito e tem um regime de trabalho com muita independência, muito pouco centralizado. Eu acho que ela cresce porque eu não centralizo. Eu acho que essa distribuição do poder dentro da Estácio faz ela crescer. Aqui não tem um comando central, é muito distribuído. Temos uma maneira de trabalhar que é muito peculiar da Estácio. É possível que tenha sido isso que fez a gente crescer, ou então, pode ser que seja sorte.

FOLHA DIRIGIDA: Qual o significado da palavra sorte no dicionário dos negócios?
JOÃO UCHÔA: Existe sorte em tudo, nos negócios, na saúde. Pode ser o nosso caso. Pode ser que a gente tenha crescido por acaso. E aí eu fico atribuindo a essa ou aquela causa. Pode ser por uma causa que eu ignoro, pode ser que a gente cresça por uma coisa que eu nem sei direito por que foi, mas a verdade é que cresceu mesmo e foi a que mais cresceu.

FOLHA DIRIGIDA: O que levou o senhor a transferir seu campo de interesse da Justiça para a educação?
JOÃO UCHÔA: Eu não me interessei pela educação e nem acho que eu seja uma pessoa muito interessada em educação. Eu sou interessado na Estácio de Sá, isso é que é importante. Estou interessado no Brasil? Não, não estou interessado no Brasil. Na cidadania? Também não. Na solidariedade? Também não. Estou interessado na Estácio de Sá.

FOLHA DIRIGIDA: A Estácio de Sá não é cidadã, não é solidária, não é brasileira?
JOÃO UCHÔA: A Estacio de Sá é uma instituição que quer dar o melhor ensino possível às pessoas, para elas fazerem desse ensino o uso que quiserem. Isso é a Estácio de Sá.

FOLHA DIRIGIDA: As universidades privadas não se destacam em pesquisa. Por quê? Como são as relações da Estácio com a pesquisa?
JOÃO UCHÔA: As pesquisas não valem nada. A gente olha todo mundo fazendo tese, pesquisa e tal, mas não tem nenhuma sendo aproveitada, raríssimo, é uma inutilidade pomposa, é uma perda de tempo federal. Aquilo ali vai dar um monte de título para o cara, ele vai arrumar um emprego bom e vai trocar cartãozinho com o outro que pesquisa também e fica aquela troca de reverência, para um lado e para o outro, mas a pesquisa em si não vale nada. As faculdades privadas não fazem pesquisa porque não querem jogar dinheiro fora. Estou hoje trabalhando muito, a gente estava com 137 pesquisas em andamento, não tinha uma que prestasse. Parei todas elas e vamos começar a fazer pesquisa útil. E o que é pesquisa útil? É aquela que pode ser aproveitada pelo homem comum.

Fonte | Folha Dirigida: http://www.folhadirigida.com.br/

Fonte | Folha de São Paulo: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1116630-joao-uchoa-cavalcanti-neto-1933-2012---de-reporter-a-dono-de-universidade.shtml

Fonte | Brasil247: http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/69392/

Fonte | Blogs: http://oglobo.globo.com/blogs/juridiques/posts/2012/07/12/joao-uchoa-cavalcanti-netto-um-mito-454939.asp

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Espero que gostem e fiquem todos com Deus!

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