3.8.13

O Fantástico Trabalho dos Professores do curso de História da Estácio O Rolé Carioca!

Para quem não conhece a história do Rio de Janeiro, ou conhece parcialmente, o Rolé Carioca, um projeto da Universidade Estácio, apresenta, em uma linguagem descontraída e divertida "recortes" da história do Rio através dos bairros da nossa cidade onde a história vai se desenrolando! 

Segue aqui o vídeo onde os professores Rodrigo Rainha e William Martins apresentam um pouco da história da Urca, um bairro bem carioca!


Espero que gostem, e fiquem com Deus!

23.3.13

WARGAMECON III vem aí! Jogos para todos os gostos!

Celebrando WargameCon II

Vamos nos preparar para a Wargamecon III. Jogos para todos os gostos: Históricos, Ficção Científica, Boardgames, Miniatures Wargames, Classic Paper Wargames e muito mais! Como fã de Jogos e da própria WargameCon estou esperando ansioso!


Espero que gostem e fiquem com Deus!

19.3.13

Visita ao Museu Histórico Nacional

Turma de História da Universidade Estácio visita o MHN, Museu Histórico Nacional

Bem... para muitos essa postagem é quase desnecessária, conheço uma turma grande que adora o MHN, mas minha turma de História da Universidade Estácio foi fazer a primeira visita em grupo no Museu que é um verdadeiro deleite para o olhos e para mente.

Abaixo segue um vídeo que eu montei para comemorar o momento e incentivar os colegas a participar das próximas visitas em grupo! Pretendo ir com a turma a todos os Museus e Centros Culturais do Rio até o fim do curso que é de 3 anos! Será que vamos conseguir? Afinal de contas, tratam-se de 200 horas de atividades externas!

Para já ir treinando, vou fazer um resumo da história do museu (com base em material de divulgação do próprio museu) e oferecer imagens para curiosos e colegas que queiram incrementar seus próprios resumos.








 As exposições do MHN (as de longa duração) tem ordem cronológica que apresenta de forma ampla a história do Brasil, de sua pré história á atualidade e apresenta um acervo impressionante e empolgante fazendo o visitante realmente viajar no tempo. O trabalho com sons, músicas e projeções eletrônicas, complementam o espetáculo!

Abaixo segue o texto de apresentação das exposições do museu:



Oreretama

Ambientação reproduz caverna do Parque Nacional da Serra da Capivara, Piauí, com desenhos rupestres representando animais. Sambaquis, encontrados no litoral do Rio de Janeiro, alertam para a necessidade de preservação dos sítios arqueológicos e do meio ambiente.
Palavra que em tupi significa "a nossa morada", Oreretama apresenta as populações indígenas, sua cultura, utensílios, mitos e saberes. Acervo e multimídia documentam a cerimonia do Kuarup.


Portugueses no Mundo - 1415 a 1822
Apresenta desde a expansão marítima portuguesa, suas causas e consequências, sobretudo a colonização do Brasil, até a proclamação da Independência por D. Pedro I.
São abordados: o período da união ibérica com Portugal e Espanha governados pela Coroa espanhola; a presença francesa e holandesa nos séculos XVI E XVII; a expansão territorial da colônia: a exploração de ouro e diamante nas Minas Gerais e seu reflexo na estética do Barroco; a contribuição cultural dos negros africanos e seus descendentes na formação histórica brasileira; as transformações ocorridas no Rio de Janeiro e Brasil a partir da chegada de D. João, em 1808, e as causas que levaram à à proclamação da independência.
Multimídia com rotas das navegações portuguesas (1415 a 1557) e a "Carta de Caminha", narrada por Paulo Autran, dinamizam a exposição. Entre as peças de acervo, a moeda "Índio", exemplar único no mundo, cunhada em prata no reinado de D. Manuel I (1495-1521).


A Construção da Nação - 1822 a 1889

Mostra o processo de construção da nação e seus desafios.
São abordados: os conflitos e as soluções sob a égide do Imperador D. Pedro I; sua abdicação e retorno a Portugal; o cumprimento da constituição de 1824; a consolidação do Estado Imperial; a economia baseada na mão de obra escrava; a guerra da Tríplice Aliança; a atuação da Princesa Isabel, a abolição da escravidão, o exílio a partir da Proclamação da República.
O Imperador D. Pedro II é apresentado a partir de três enfoques: o filósofo e suas relação com os avanços artísticos, científicos, tecnológicos; o Imperador por ele mesmo, com frases do próprio revelando seu modo de ver temas como a educação, o dever do Estado, a saúde, etc; e o imperador visto pela imprensa.
Em exposição, exemplar raro da medalha intitulada Peças da Coroação de D. Pedro I, a mesa da Constituinte de 1824, símbolos do segundo reinado e pinturas monumentais como Combate Naval do Riachuelo e O último Baile da Ilha Fiscal.


A Cidadania em Construção - 1889 à atualidade
Aborda a construção da cidadania após a instauração do sistema republicano em 1889. Ser cidadão do significa pertencer a uma comunidade, exercer direitos e deveres políticos, civis e sociais, reconhecer a distinção entre interesses públicos e privados.
Em exposição, o painel síntese da história do Brasil, de Clécio Penedo e o tríptico A República, de Helios Seelinger; a mesa da Constituinte de 1891; retratos de Tiradentes, ; urnas, títulos de eleitor e cédulas de votar, entre outros documentos; uniformes e instrumentos de trabalho, objetos relacionados a educação, saúde, moradia, esporte e lazer. Vídeos com imagens do século XX permeiam toda a exposição.


Farmácia Homeopática Teixeira Novaes
Reconstituição da Tradicional farmácia que funcionou de 1847 a 1983 na Rua Gonçalves Dias, no centro do Rio de Janeiro, e foi doada ao Mudeu em 1987 pela Fundação Roberto Marinho.



Do Móvel ao Automóvel: Transitando pela História
A única exposição de longa duração que permanece no térreo, devido ao acervo de grandes proporções, reúne 27 peças, entre cadeirinhas de arrumar, berlindas, traquitanas e um automóvel do início do século XX.  o protos que pertenceu ao Barão do Rio Branco. Em destaque, veículo da Casa Real portuguesa e da família imperial brasileira.


As Moedas Contam a História
A evolução da moeda no mundo, do século VIIa.C. ao XX, abrangendo praticamente todas as regiões habitadas do planeta. Fornece um panorama da história política, econômica e social.
Entre as peças, uma das primeiras moedas cunhadas, um meio estáter de prata do rei Creso, da Lídia, datada do século VI a.C., moeda romana retratando o Imperador Júlio Cesar de 46a.C. e outra em bronze - 90 dracmas - com a imagem da rainha do Egito Cleopatra VII. Todas as moedas atualmente em circulação, inclusive o euro, também estão em exposição.


Coleção Moedas - Uma Outra História
Recriação de um antigo gabinete de Numismática, mostrando a formação da coleção do próprio Museu, representada por conjuntos de moedas, medalhas, condecorações, papel moeda, selos, sinetes, cunhos e matrizes, além de itens contemporâneos, como cartões telefônicos. 


Pátio dos Canhões
Coleção de Canhões que inclui entre outros, exemplares portugueses, ingleses, franceses e brasileiros. Adequados ao manuseio de portadores de deficiência visual, todas as peças têm legendas em braile.



Exposições Temporárias
Galerias localizadas no térreo da Casa do Trem e ao redor do Pátio dos Canhões destinam-se às exposições temporárias. É só consultar o site do museu!


Espero que gostem e fiquem com Deus!


16.3.13

Inicio do Curso de História - "A História da Estácio"


Este ano retomo minha vida acadêmica como estudante do Curso de Bacharelado em História da Universidade Estácio de Sá, ou simplesmente Estácio.


Como já é de se esperar, minhas expectativas são altas em relação ao curso, e em minha eterna curiosidade não poderia deixar de dar uma olhada na história da própria faculdade. No site da própria Estácio existe uma página dedicada a história da faculdade cujo conteúdo segue abaixo. Mas preferi ir um pouco além do conteúdo apresentado lá (que é bem simples) e para minha enorme decepção quase nada foi registrado ou escrito na REDE sobre a história da faculdade, incluindo fotos dos antigos prédios (na década de 70 até hoje), fica aqui então oque eu pude separar de mais interessante sobre a faculdade!.



Espero que os curiosos como eu gostem!



*          *          *

SOBRE A ESTÁCIO


Como parte importante da história da educação no Brasil, a Estácio tem como foco promover a formação e ascensão profissional dos alunos através de uma educação de qualidade, contribuindo para o desenvolvimento sustentável das comunidades onde atuamos.
A Estácio é uma das melhores instituições de ensino superior do Brasil, com mais de 270 mil alunos, presente em todas as regiões do país e com mais de 40 anos de atuação. O grupo educacional tem hoje Universidades, Centros Universitários e Faculdades, distribuídos em 19 estados.
A Estácio oferece cursos de graduação (bacharelado e licenciatura), graduação tecnológica e pós-graduação, nas modalidades, presencial, a distância e a distância semi-presencial.

          • Cursos com foco no mercado de trabalho;
          • Infraestrutura moderna e recursos tecnológicos de ponta;
          • Programas alinhados com instituições internacionais;
          • Currículos integrados nacionalmente;
          • Intercâmbio de alunos e professores entre as diversas unidades em todas as regiões 
            do país.



LINHA DO TEMPO

1970
Nasce a Faculdade de Direito Estácio de Sá, em uma pequena casa na zona norte do Rio de Janeiro. Seu fundador, o magistrado João Uchôa Cavalcanti Netto, cria um projeto pedagógico inovador, conseguindo, em pouco tempo, que o curso se torne um modelo de ensino na área de Direito no Brasil.
1972
A Faculdade de Direito Estácio de Sá transforma-se em Faculdades Integradas Estácio de Sá, incorporando novos cursos de ensino superior.
1988
A Estácio conquista o status de Universidade e começa a crescer no município do Rio de Janeiro.
1996
A instituição ultrapassa os limites municipais, com a criação das unidades de Resende, Niterói e Nova Friburgo, no estado do Rio de Janeiro.
1997
Lançamento da graduação tecnológica, com cursos focados em nichos específicos do mercado.
1998
Início da expansão nacional, com a criação do primeiro Conselho de Integração Social, órgão criado para estreitar as relações do grupo com a sociedade civil, e implantação da primeira faculdade privada de medicina do Nordeste.
1999
Abertura do capital na Bolsa de Valores.
2008
Os sócios-fundadores associam-se à GP Investments na gestão da Estácio.

   
     2009      A Estácio começa a oferecer cursos na modalidade de Ensino a Distância (EAD).

2010      O Material Didático gratuito chega a todo Brasil.

2011      A Estácio inova mais uma vez e o Material Didático passa a ser distribuído em  
              um tablet, sem custos. O projeto inicia com os novos alunos de Direito do RJ e é 
              expandido no ano seguinte. 

*          *          *
Bem... fazendo uma pesquisa rápida sobre a história da Estácio, descubro que o mais polêmico de todos os elementos que constituem a história da Universidade é seu fundador, o Sr. João Uchôa, que para dizer o mínimo, é um homem polêmico e cheio de contradições sérias.
Em entrevista a Folha Dirigida (gostaria de ressaltar que em pesquisa no site do Jornal não encontrei a matéria) e replicada em vários site pela rede, o polêmico Uchôa afirma que "pesquisa é uma inutilidade pomposa".

Essa afirmação danosa não só vai contra a própria proposta de ensino, base da formação de qualquer instituição voltada para o mesmo, como é insultante (na minha opinião) para todos os pesquisadores de qualquer área de conhecimento que contribuem diretamente com sua "inutilidade" para desenvolvimento social, cultural e científico da humanidade. 
Importante lembrar que devemos ler toda a matéria antes de julgar o Sr. Uchôa unicamente por esse frase infeliz. (Além da polêmica entrevista não vou levar em conta o histórico de insatisfação e débito da instituição para com funcionários descontentes ao longo de sua história, pois esse assunto é ainda mais polêmico e foge muito da proposta desta postagem, mas merece aqui ser lembrado).

Considero no mínimo "peculiar" esse depoimento e acredito que se pararmos fara fazer uma reflexão sobre o assunto veremos que a instituição Estácio de Sá passou a caminhar numa "estrada diferente" da de seu fundador original, oferecendo cursos de formação e pós-graduação onde a pesquisa é justamente a ferramenta que permite e valida tais trabalhos.

O texto na integra segue abaixo.

*          *          *
João Uchôa: "pesquisa é uma inutilidade pomposa"

João Uchôa Cavalcanti 1933-2012

Fundador da Universidade Estácio de Sá, João Uchôa Cavalcanti Netto aborda com franqueza temas polêmicos e diz que a ignorância pode ser uma opção que tem de ser respeitada.

Os conceitos sobre educação do fundador da universidade que mais cresceu no país nas últimas três décadas são, no mínimo, polêmicos. Juiz de formação e discípulo do banqueiro Amador Aguiar, de quem foi office boy e "pajem", João Uchôa Cavalcanti Netto, 68 anos, acha que a ignorância é um opção que deve ser respeitada e que a pesquisa é uma "inutilidade pomposa". Entretanto, está à frente de uma universidade que tem 90 mil alunos e 30 unidades espalhadas pelo país, número que, em março de 2002, estará defasado, se o projeto de implantação de uma filial da Estácio de Sá além das fronteiras brasileiras obtiver êxito.

Quem tem formação apurada não chega ao topo do comando de sua universidade, uma gigante do ensino fundada em 1970 com 160 alunos de Direito e que, hoje, abriga uma comunidade de cerca de 150 mil pessoas, entre alunos, funcionários e professores. "Na cúpula da Estácio, quem tem mestrado e doutorado não entra. Isso é uma regra". E esta é apenas uma das muitas tiradas de impacto de Uchôa, um empresário que atribui o êxito à sorte e que, sem rodeios, admite seu desinteresse pela educação, pela cidadania e pelo Brasil. "Eu estou interessado é na Estácio".




FOLHA DIRIGIDA: O MEC inaugurou sistemas de avaliação nos dois últimos governos que têm dado uma nova diretriz, novas referências para o ensino superior. Qual o impacto do Provão sobre as universidades?

JOÃO UCHÔA: Eu acho que o Provão é uma avaliação que precisava ser feita. Alguém precisava avaliar. Eles escolheram o Provão. É o melhor critério? Se não for, com o tempo vai ser aperfeiçoado. Agora, que não existia critério nenhum de aferição, não existia, e agora existe, o que é muito bom. A melhor coisa que o setor privado pode querer é ser sempre avaliado pelo setor público, pois quando o MEC avalia o nosso trabalho, ele está nos prestando um serviço, que é o de fiscalização. Eu preciso de um fiscal, o MEC é de graça, e ele está fiscalizando para mim. É o melhor critério? Não, deve haver 10 mil critérios melhores e 20 mil piores. Mas é um critério e, para quem não tinha nenhum, é um passo. É muito comum a gente ser negativo e destrutivo. Onde não existia nada e passa a existir alguma coisa é melhor do que quando não existia nada. Sobretudo quando a gente gostaria de ser fiscalizado, como é o nosso caso.

FOLHA DIRIGIDA: Qual o principal problema enfrentado hoje pelas instituições privadas de ensino?
JOÃO UCHÔA: Eu acho que o problema é o de qualquer ramo da atividade privada, que é melhorar a qualidade do produto, ser cada vez melhor. O que eu acho que está havendo mesmo é que, num mundo que está todo ele em transformação, o ensino também está em transformação, mesmo que a gente não queira e não saiba para onde ele está se transformando. Mas esta é a dificuldade normal de quem faz alguma coisa. Quem faz alguma coisa tem que encontrar alguma dificuldade e nós encontramos a dificuldade da natureza. Eu diria que são dificuldades da natureza. Nós precisamos melhorar o ensino, que é o nosso produto, e adequá-lo a um mundo que muda todo dia. Como fica difícil todo dia ter uma coisa adequada, esta é a dificuldade do ensino.

FOLHA DIRIGIDA: E como a Estácio tem feito para se ajustar ao ritmo imposto pela novas tecnologias?
JOÃO UCHÔA: Trabalhando 24 horas por dia. Trabalhando sábado, domingo, todo mundo trabalhando intensamente. A hora que você chegar vai estar todo mundo trabalhando. É a única coisa que a gente podia fazer: prestar atenção e trabalhar. É o que a gente tem feito.

FOLHA DIRIGIDA: Em qual dimensão as novas tecnologias têm auxiliado a Estácio no desenvolvimento de seu trabalho?
JOÃO UCHÔA: Eu não tenho computador, eu não tenho telefone celular, eu não tenho aparelho de som sofisticado, eu não tenho fax. Eu não tenho nada disso porque não gosto, mas a Estácio tem. Aqui dentro da minha sala eu não gosto, não uso e não acho necessário.

FOLHA DIRIGIDA: A tecnologia não faz falta no desenvolvimento do seu trabalho à frente de uma grande universidade?
JOÃO UCHÔA: Eu não só acho que não faz falta. Eu acho que atrapalha. Eu acho que é muito ruim. Eu acho que quando eu era moço a dificuldade era colher informação. A gente não tinha muito onde se informar. Hoje, que eu estou ficando velho, a dificuldade é eliminar informação. Há uns caras aí com computador que têm um bilhão de informações para ele, só que ele não precisa. Quando vem a informação que ele precisa mesmo, não tem mais espaço na cabeça dele. Está tudo lotado. Então eu acho que não precisa disso. É claro, eu preciso de um computador para cadastrar gente, e isso eu tenho. Aliás, eu acho que a Estácio, no Rio de Janeiro, é a instituição de ensino que tem os mais sofisticados equipamentos. Acho que nenhuma faculdade é igual à nossa em sofisticação. Eu acho que para execução, para operação, essa tecnologia é importante, até para o ensino. Para o uso diário, para a administração superior, eu acho que é daninho, é ruim. Quando eu vou conversar com outro empresário e ele abre um laptop, eu já acho que ele é de segundo time.

FOLHA DIRIGIDA: O desempenho do Brasil é muito baixo nos indicadores educacionais e ainda há um volume preocupante de analfabetos. O que pode ser feito para mudar esse quadro?
JOÃO UCHÔA: O analfabetismo não é um problema com o qual eu lide. Por exemplo, eu acho que se o Brasil amanhã começar a ter muita gente fazendo mestrado, doutorado, pós-doutorado, MBA, eu acho que vai ser muito. Acho que é péssimo para o país e para as pessoas. É um mito que todo mundo precise estudar. Isto não é verdade. A pessoa pode ser analfabeta e ser uma pessoa muito expressiva, muito inteligente, muito bem sucedida. E pode ser um pós-graduado e ser uma besta completa. Eu não acho que seja necessário esse estudo todo.

FOLHA DIRIGIDA: A educação não faz falta?
JOÃO UCHÔA: A educação mínima ofertada faz falta, mas não para todos. Eu trabalhei com o Amador Aguiar, que fez o Bradesco e não tinha o segundo grau. Para ele não fez falta.

FOLHA DIRIGIDA: Não são exceções?
JOÃO UCHÔA: Mas exceção existe, também conta. E se ele tivesse o segundo grau? Talvez não fizesse o Bradesco, fosse advogado do Bradesco. Eu acho que essa questão de educação é muito exagerada. Teve um menino em São Paulo, estudante de Medicina, que pegou uma metralhadora e metralhou todo mundo num cinema. Aí foram interrogar o pessoal na rua, vira uma senhora e diz “enquanto não houver educação no Brasil...” O cara fazia Medicina. Eu acho que já é um jargão. Educação, saúde, transporte... Há frases que as pessoas ficam falando e não sabem por quê. Se você chega no Nordeste, em certas regiões, tem um menino trabalhando com 12 anos, e minha origem é de lá, aí vem o cara com a educação e diz que ele tem que ir para o colégio. Não tem que ir para o colégio não. Ele pode não ir para o colégio e estar muito bem.

FOLHA DIRIGIDA: O analfabeto é analafabeto porque quer?
JOÃO UCHÔA: Não, não é analfabeto porque quer, como às vezes, a gente também não é advogado porque quer. Como é o meu caso, eu não me formei advogado porque quis, eu arranjei emprego no Fórum e acabei indo para Direito. Mas, se em vez do Fórum, fosse para o Ministério da Marinha, talvez hoje eu fosse um oficial da Marinha. Esse livre-arbítrio é muito relativo. E acho que o cara não é ignorante porque quer, mas quem disse que ele quer ser culto? Ele pode não querer ser culto e a gente vai lá e quer obrigar que ele seja culto. E se ele não quiser? Nós temos que impor, porque ele tem que querer. Onde já se viu não querer estudar? Mas o cara tem direito de não querer estudar. Eu tenho quatro filhos e só um que se formou, três não se formaram, não senti nada, não aconselhei nenhum a estudar. Se nenhum quisesse estudar, para mim também era muito bom. O cara está aí para levar a vida que ele gosta, para ser feliz do jeito que ele gosta, a realidade da vida não é estudar. Estudar é uma opção, quem quiser faz, quem não quiser não faz e não fica pior porque não fez.

FOLHA DIRIGIDA: As pesquisas de desenvolvimento também revelam que muitas doenças letais estão associadas à falta de educação.
JOÃO UCHÔA: O que eu conheço de escravo com 120 anos, a maioria é tudo ex-escravo, 120 anos. Outro dia no Peru tinha um com 156 anos, um índio peruano. Agora, o que tem de empresário morrendo aos 40 anos de enfarte... É uma mentira. Essa pesquisa é mentira. Quem o enfarte mata? Cara bem-sucedido. Não acho que dá mais doença no pobre do que no rico, nem acho que o rico se trate melhor do que o pobre, porque eu acho a Medicina tão ruim hoje, que o rico não leva vantagem nenhuma. Cada um tem sua cabeça e eu estou sendo franco dizendo a você o que eu penso.

FOLHA DIRIGIDA: Em 30 anos a Estácio passou de 166 alunos para 90 mil e, hoje, é uma das universidades que mais crescem. Qual é a receita deste sucesso?
JOÃO UCHÔA: Eu acho que a gente trabalha muito e tem um regime de trabalho com muita independência, muito pouco centralizado. Eu acho que ela cresce porque eu não centralizo. Eu acho que essa distribuição do poder dentro da Estácio faz ela crescer. Aqui não tem um comando central, é muito distribuído. Temos uma maneira de trabalhar que é muito peculiar da Estácio. É possível que tenha sido isso que fez a gente crescer, ou então, pode ser que seja sorte.

FOLHA DIRIGIDA: Qual o significado da palavra sorte no dicionário dos negócios?
JOÃO UCHÔA: Existe sorte em tudo, nos negócios, na saúde. Pode ser o nosso caso. Pode ser que a gente tenha crescido por acaso. E aí eu fico atribuindo a essa ou aquela causa. Pode ser por uma causa que eu ignoro, pode ser que a gente cresça por uma coisa que eu nem sei direito por que foi, mas a verdade é que cresceu mesmo e foi a que mais cresceu.

FOLHA DIRIGIDA: O que levou o senhor a transferir seu campo de interesse da Justiça para a educação?
JOÃO UCHÔA: Eu não me interessei pela educação e nem acho que eu seja uma pessoa muito interessada em educação. Eu sou interessado na Estácio de Sá, isso é que é importante. Estou interessado no Brasil? Não, não estou interessado no Brasil. Na cidadania? Também não. Na solidariedade? Também não. Estou interessado na Estácio de Sá.

FOLHA DIRIGIDA: A Estácio de Sá não é cidadã, não é solidária, não é brasileira?
JOÃO UCHÔA: A Estacio de Sá é uma instituição que quer dar o melhor ensino possível às pessoas, para elas fazerem desse ensino o uso que quiserem. Isso é a Estácio de Sá.

FOLHA DIRIGIDA: As universidades privadas não se destacam em pesquisa. Por quê? Como são as relações da Estácio com a pesquisa?
JOÃO UCHÔA: As pesquisas não valem nada. A gente olha todo mundo fazendo tese, pesquisa e tal, mas não tem nenhuma sendo aproveitada, raríssimo, é uma inutilidade pomposa, é uma perda de tempo federal. Aquilo ali vai dar um monte de título para o cara, ele vai arrumar um emprego bom e vai trocar cartãozinho com o outro que pesquisa também e fica aquela troca de reverência, para um lado e para o outro, mas a pesquisa em si não vale nada. As faculdades privadas não fazem pesquisa porque não querem jogar dinheiro fora. Estou hoje trabalhando muito, a gente estava com 137 pesquisas em andamento, não tinha uma que prestasse. Parei todas elas e vamos começar a fazer pesquisa útil. E o que é pesquisa útil? É aquela que pode ser aproveitada pelo homem comum.

Fonte | Folha Dirigida: http://www.folhadirigida.com.br/

Fonte | Folha de São Paulo: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1116630-joao-uchoa-cavalcanti-neto-1933-2012---de-reporter-a-dono-de-universidade.shtml

Fonte | Brasil247: http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/69392/

Fonte | Blogs: http://oglobo.globo.com/blogs/juridiques/posts/2012/07/12/joao-uchoa-cavalcanti-netto-um-mito-454939.asp

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Espero que gostem e fiquem todos com Deus!